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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Gerês, dia 1

Depois da viagem de cinco horas, chegámos por fim ao Gerês. Optámos por ficar no Parque da Cerdeira por um lado por nostalgia, por outro por razões práticas. A primeira tem a ver com o facto de termos aqui ficado há 20 anos, quando começámos a namorar. Ficámos num dos bungalows do parque, um pequenino, e foi mesmo bom. Tinha uma entrevista marcada com a Zita Seabra (estava no DNA, nessa altura - podem ler a entrevista AQUI) e passei esses dias a prepará-la mas, entre trabalho, ainda deu para passear, montar a cavalo e descansar muito. Já conhecia o Gerês e fiquei ainda mais encantada. A razão prática para ficarmos no Parque da Cerdeira prende-se com as casinhas. Com os miúdos às vezes dá mais jeito uma casa com cozinha onde possa desenrascar pequenas refeições do que propriamente um hotel. Além disso, fica mais barato. Não tem luxos mas a verdade é que a ideia não era ficar dentro de casa e a verdade também é que a vista que as casas proporcionam é o maior luxo que se pode ter num sítio destes.

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Ontem acordámos e fomos fazer uma caminhada de 10km. Chovia e tememos o pior, porque o Mateus é dado a choraminguice e já nos estávamos a ver perdidos no meio da serra, com ele às costas, todos ensopados. Afinal, surpresa das surpresas, ele aguentou-se que nem um herói. Andámos por caminhos complicados (Geira Romana), pelo meio de ribeiros em que ou púnhamos bem os pés nas pedras ou íamos parar com o pé no charco, subimos escarpas íngremes em que um pé em falso e lá vão os artistas todos uns atrás dos outros pela montanha abaixo. Nada de muito assustador, que também não somos assim tão inconscientes, mas bem puxadote, sobretudo para o mais pequenino. Choveu o tempo todo. Levámos impermeáveis mas não para as pernas. Ou seja, às tantas já tínhamos as calças encharcadas e alguns também os pés. Mas não houve queixas e vimos os vestígios romanos e uma paisagem de cortar a respiração. Claro que nos perdemos ou não fôssemos nós os desorientados do costume. Há dezenas e dezenas de outros trilhos para explorar, pelo que, se não nos cair o céu na cabeça (e se os sapatos e as calças secarem) vamos voltar a aventurar-nos pela serra. É tudo absolutamente deslumbrante.

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Viagens de carro

Às vezes temos a ideia peregrina de alugar uma autocaravana e irmos os seis à aventura durante uns dias. Depois, quando fazemos uma viagem mais longa no nosso carro normal tiramos logo isso do sentido. Ontem viemos de Lisboa até ao Gerês e a nossa viagem foi mais ou menos assim:

Mateus: - Tou "com mal disposto" (não é gralha, ele diz mesmo assim)

Ricardo: - O pai vai abrir as janelas.

Todos: - Aiiiii, está frio, fecha as janelas!

Ricardo: - O pai vai fechar as janelas que está frio.

Mateus: - Buáaaaaaaaaaaaaaaaaa! Tou com mal dispostoooooo!

Manel: Epá, para! Epá, este gajo não para de me tocar!

Eu: - O que é que foi agora?

Manel: - É o Martim. Que gay, man! Larga-me!

Eu: - Quantas vezes é preciso dizer que gay não é um adjectivo e não pode ser usado como insulto, quantas????

Manel: - Não, mas não é como insulto! Este gajo é mesmo gay, está sempre a mexer-me!!!! E ainda por cima é incestuoso!

Martim: - AHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!

Eu: - Martim, para com isso, depois queixa-te que levas!

Mada: - Aiiiiiii, levei uma cotovelada na mão! Buáaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Mateus: - Ai, ai, ai. Tou com mal disposto!

Ricardo: - Vou encostar. Aguenta só mais um bocadinho que já paramos.

Mateus: - Tou com mal disposto, tou com mal disposto.

Mada: - Ele vai vomitar em cima de mim! Parem o carro que eu não quero ficar vomitada!

Manel: - Epá, para!!!! Vais apanhar! Eu avisei!!!!

Martim: - Au, ai, auch. AHAHAHAAHAHAHAHAHAHAH!

Manel: - Paras agora? Paras?

Martim: AHAHAAHAHAHAHAHAHAHHAHAH!

Manel: Dá aí o cabo para pôr música.

Mada: - Ai, não, vais pôr aquelas músicas horríveis!

Mateus: - Põe o Fantasma da Ópera!

Manel: - Não! Não vou pôr outra vez isso!

Mateus: Buáaaaaaaaaaaaa!

Mada: - Ainda falta muito para chegarmos?

Martim: - Tenho fome.

Eu: - CALEM-SE UM BOCADO CARAÇAS!

 

Cinco horas disto.

Acho que esquecemos a autocaravana.

Rota da Saúde #2: Estratégias para os nossos filhos comerem legumes

São raríssimos os pais que não se queixam. Não tem que ver com preferência clubística mas a verdade é que a cor verde num prato provoca muitas vezes um ataque de nervos nos miúdos e, consequentemente, em toda a família. Geralmente o "come que te faz bem" não surte qualquer efeito e os pais começam a entrar em parafuso por acharem que há ali nutrientes que estão a faltar aos filhos por simples embirração com aquela cor.

Ana Rita Lopes, coordenadora da Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Lisboa, explica que as escolhas ou recusas alimentares são formas de a criança "exercer controlo sobre o ambiente que as rodeia" e que, "após a primeira recusa, por exemplo, de legumes, não se deverá insistir de imediato, pois irá criar um ambiente negativo e tornar a aceitação ainda mais difícil." No entanto, a nutricionista relembra que a American Society for Nutrition "sugere aos pais que incentivem as crianças a provar 8 a 12 vezes o alimento que recusaram, para que se adaptem ao novo sabor."

Uma das dicas que Ana Rita Lopes deixa - e que apesar de simples tende a ser muitas vezes esquecida - é a de elogiar a criança sempre que ela experimenta um alimento novo. Essa é, ao seu ver, uma forma que a criança tem de agradar à família. A segunda dica é a sopa! "A sopa é um bom exemplo de como ingerir um conjunto vasto de legumes de forma simples, conseguindo-se assim um bom aporte de vitaminas e minerais."

Então e estratégias para os legumes puros e duros?

"Envolver as crianças na escolha, na preparação e na apresentação dos alimentos é uma delas. Procurar escolher legumes de cores diferentes, para despertar a sua curiosidade, é outra. Criar bonecos com brócolos e cenouras ou cortar os vegetais em forma de animais ou estrelas é outra boa sugestão para cativar os mais pequenos."

Mas há mais! Podem ver estas e outras estratégias AQUI.

BOA SORTE!

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Clube de Leitura: um livro apenas, muitas interpretações

Desde que este Clube de Leitura nasceu, há um ano (foi precisamente no dia 18 de Março), que tem sido sempre na base do "cada um lê o seu e conversamos sobre o que lemos". As pessoas podem achar redutor por acharem que o que cada um faz é basicamente uma leve sinopse do livro (até porque não quer ser spoiler e lixar a leitura a todos os que possam estar interessados no mesmo livro), e passa adiante. Mas não é bem assim porque há sempre quem faça mais perguntas, porque há sempre quem já tenha lido esse mesmo livro (nesse mês ou alguma vez na vida) e tenha uma ideia completamente distinta ou muito parecida, e quando damos por isso já estamos a falar de outras coisas e da vida em geral. De maneira que não, na verdade não tem sido nada redutor, pelo contrário, porque saímos de lá todos com ideias de livros que, pela descrição, queremos mesmo ler, ou o contrário: livros que não vamos perder tempo a ler, porque a descrição de quem os leu foi arrasadora e, com o tempo, já vamos conhecendo os gostos de cada um e percebendo se coincidem ou não com os nossos.

 

Ainda assim, de quando em vez havia alguém que sugeria fazermos como habitualmente se faz nos clubes de leitura: lermos todos o mesmo livros e discutirmos sobre ele durante todo o nosso encontro. Foi desta vez. A Isabel Sobrinho sugeriu o Nobel Kazuo Ishiguro e o livro "Os Despojos do Dia", ainda ninguém tinha lido e, por isso, era o livro perfeito para experimentarmos. Assim foi. Confesso que estava com receio. Não sou escritora, não sou especialista em literatura, levava alguns tópicos para discussão mas não sabia até que ponto ia conseguir espicaçar a audiência para que não terminássemos a nossa tertúlia em 10 minutos. Qual quê. Éramos 25 e ficámos lá até quase às 21h (as nossas conversas começam às 19h).

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Começámos com a descrição da leitura da Isabelinha (7 anos) e do Rodrigo (8 anos), filhos da Isabel Sobrinho e da Sónia Envia, respectivamente. Ela leu "Tea Stilton e o Código do Dragão" e ele leu "O Bando das Cavernas - Aventuras Radicais". Amorosos, ambos, ela a citar partes do livro que a fizeram rir, ele a explicar que já leu vários da colecção mas este foi o preferido. Amo que as crianças se juntem e estou aqui a tentar que pelo menos a Mada vá ao próximo. Vamos ver se tenho sorte. Ainda conseguimos fazer um Clube de Leitura infantil, paralelo ao nosso, vão ver!

 

Quanto ao nosso livro... foi muito interessante perceber que muitas de nós tivemos a mesma percepção de um livro sobre devoção, entrega, dignidade, arrependimento, sobre os caminhos que a vida nos mostra e se somos ou não capazes de os ver e de nos desviar daquilo que definimos para nós, bem como se depois nos perdoamos pela escolha que fizemos, ainda que ela se tenha revelado uma má escolha. Mas cada nova achega fazia com que o livro ganhasse novas tonalidades, como que ia ficando progressivamente mais denso e misterioso. Ou seja: em vez de este esmiuçar se converter numa espécie de esvaziamento do mesmo (quase como se o sugássemos até se transformar numa passa), deu-se o contrário: ele tornou-se mais completo, mais rico, com múltiplas camadas que, se calhar a um primeiro olhar, nos passariam despercebidas. 

 

Gostámos tanto do resultado que ficou combinado assim:

Num mês faremos como fazíamos antes, ou seja, cada um lê o seu livro e diz o que achou dele; no mês seguinte lemos todos o mesmo livro para depois o examinar em detalhe.

Assim, sendo as sugestões da Fnac para a próxima sessão são:

A Arte Japonesa da Terapia da Floresta, de Shinrin Yoku

Lição de Tango, de Sveva Casati Modignani

Publicação da Mortalidade, de Valter Hugo Mãe

Ensina-me a Voar Sobre os Telhados, de João Tordo

The Female Persuasion, de Meg Wolitzer

 

O nosso próximo encontro é dia 27 de Abril, às 19h, na Fnac do Colombo. Cada um lê o que quer.

Podem inscrever-se em baixo.

 

 

Consultório #11

E eis mais uma edição do Consultório. Desta vez o Dr. Paulo Oom responde a perguntas sobre o uso e abuso das tecnologias. É verdade que os pequenos, médios e grandes ecrãs fazem parte da nossa vida, fugir deles a sete pés seria parvo, mas como sempre há imensos números entre o 8 e o 80. Uma coisa é fingirmos que não existem, outra coisa é estarmos dependentes deles para tudo. Há crianças que não comem sem o iPad à frente, há famílias inteiras que vão para os restaurantes sem trocarem uma palavra, cada uma com o nariz no seu aparelho. Quais são os limites? O que é razoável. Foi por aqui que fomos. Sempre em modo "shot", já se sabe, que isto dava pano para mangas, pernas, peito... dava pano para um closet inteiro.

 

 

Já estive mais longe de os embrulhar em plástico de bolhas

Ontem fomos à consulta de ortopedia com o Martim. Há 6 semanas (mais coisa menos coisa) fez uma entorse grave do ligamento cruzado anterior e um edema ósseo no joelho e anda a fazer fisioterapia 3 vezes por semana. Já aqui expliquei que faz em casa, com a Fisiolar, e não me canso de dizer bem deste serviço porque não há nada mais cómodo do que recebermos tratamento no conforto da nossa casa, na nossa cama, perto das coisas que nos fazem sentir seguros. Ainda para mais numa casa onde há tantas crianças e actividades e cenas, ter de ir três vezes por semana a uma clínica para isto era fazível, claro que sim, mas era mais um transtorno nas nossas vidas já de si agitadas. Vou por isso falar destes senhores até que a voz me doa (no caso os dedos). Bom... mas voltando à história de ontem, lá fomos, a ortopedista satisfeita, sim senhor, já ganhou massa muscular, sim senhor já se notam melhorias, tudo segue o rumo certo, pode largar as canadianas, continuar com a fisioterapia e quer vê-lo daqui a 6 semanas (ou seja, mais um mês e meio longe do futebol).

Saímos do hospital, vim a casa, fiz duas ou três coisas e eis que ligam da escola da Mada.

- Estou? É a mãe da Madalena?

Uiiiiiii. A pessoa logo a imaginar vísceras espalhadas pelo recreio, óssos de fora, cabeças rachadas com massa encefálica a apanhar humidade. 

- Siiiiiiim??????

Então o que era? Pequena criatura pôs a mão numa porta e os amigos, que não sabiam que ela lá tinha deixado a mão, começaram a tentar fechá-la. Como havia qualquer coisa (a mão da Mada) a impedir o fecho da porta, eles insistiam e insistiam. Ela bem gritava mas... gritos é o prato do dia numa escola, verdade?

Conclusão: tinha a mão com um vergão enorme, todo roxo, inchadíssima, e não mexia os dedos.

Ahhhhhhh, que bom.... mão partida a quatro dias de irmos de férias. Mesmo o que estávamos a precisar todos.

Voltei ao hospital de onde tinha saído nem havia meia hora, lá fomos para o raio-x (nunca consigo evitar a gargalhada quando os médicos me perguntam "sabe onde é o raio-x?"), e felizmente não estava nada partido! Só dorido e pisado da violência com que a porta andou para ali a bater.

São tão queridas as crianças. As minhas, então, são a-mo-ro-sas. 

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Galp, a Luz dos Portugueses, e a luz da Raquel

Tal como já aqui dei conta, a Galp tem a decorrer, desde o início de 2018, a campanha "A Luz dos Portugueses", em que oferece um mês de electricidade grátis a todas as famílias dos bebés que nasçam no dia 1 de cada mês.  Basta ir AQUI e ver as condições e a forma de se inscreverem.

O objectivo da campanha é o alerta para a queda da natalidade que, no nosso país, é verdadeiramente assustadora.

E, tal como também expliquei, o vosso Cocó na Fralda não quis deixar de se juntar a esta iniciativa e, em colaboração com a Galp, lançou um passatempo (que se vai repetir todos os meses), em que um bebé nascido em cada mês (e sorteado via random) ganha uma sessão de Baby Art, com a talentosíssima Raquel Brinca

No mês de Fevereiro, ganhou a pequena Raquel

A sessão fotográfica, levada a cabo pela homónima Raquel (Brinca), correu maravilhosamente. Bom... quer dizer, a bebé tinha dormido a noite toda (com 13 dias de vida, é para que vejam o que são pais com sorte) e por isso estava um nadinha mais desperta do que seria de esperar mas... a nossa fotógrafa é um talento raro e consegue fazer magia com estes pequenos bebés. De maneira que o resultado está, como seria de esperar... um sonho!

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Raquel chegou ao mundo às 4h50 da manhã de dia 23 de Fevereiro. Pesava 4 quilos, media 50 cm e quando chorou, dando ao mundo conta da sua chegada, os pais sentiram aquela emoção costumeira, apesar de não terem chorado com ela. Afinal, já levavam dois filhos de avanço. E se é verdade que o amor não se divide, antes se multiplica, também não é menos certo que há amores que, ao chegarem, já nos apanham menos desprevenidos no que à brutalidade dos sentimentos diz respeito, e que, por isso, nos deixam menos permeáveis à lágrima.

Débora e Fábio conheceram-se no Instituto Superior Técnico. Bichos raros (para quem é de letras, claro está), ambos estudantes de Matemática Aplicada. Número puxa número, cálculo arrasta cálculo e às duas por três estavam a medir o quanto gostavam um do outro e a fazer contas à vida para juntar os trapinhos. O namoro começou em 2009, o casamento aconteceu em 2013. "Ele foi o meu primeiro namorado, é o homem da minha vida". Uma coisa é certa: podem ser da área dos números mas sabem bem verbalizar estas coisas do amor.

Passados meses, Débora engravidou. E em 2014 nasceu o Pedro. Foi um sarilho. A gravidez, que tinha corrido tão bem, desaguou num parto por cesariana. A mãe, que sonhara com um parto natural, sentiu-se defraudada, frustrada, tristíssima. Quando o bebé saiu, quem chorou foi o pai, de emoção. A mãe, de tão drogada e zangada por não ter conseguido o parto com que sempre sonhara, guardou as lágrimas para mais tarde. E se elas vireram! Se juntarmos à frustração do parto a vertigem das hormonas e uma subida de leite intensa, temos então um caldo explosivo: choro, choro e mais choro. 

Passado um mês, tudo começou a voltar ao lugar: hormonas, mamas, costura da cirurgia, amargura do parto sonhado que não aconteceu, bebé a crescer. A vida a voltar ao lugar, a resolver-se. O tempo a curar tudo. 

Débora, porém, não perdoou aquele nascimento que lhe trocou as contas (e quem é de números gosta pouco cá de contas que não dão certo) e, por isso, procurou outro médico. Queria saber se poderia vir a ter um parto natural, apesar de ter tido um primeiro parto por cesariana. O obstetra João Mendes, dos Lusíadas, tranquilizou-a. Que sim, que podia, que nada indicava que tivesse de voltar a passar por uma cesariana. E, assim carregados de optimismo e serenidade, engravidaram novamente. 

O André veio cumprir esse desejo brutal da mãe, de ver um filho nascer de forma natural, com a sua ajuda, com a sua força e esforço, num trabalho de equipa que existe desde que o mundo é mundo, sem ter os braços presos e um bisturi a rasgar-lhe a barriga. Levou a noite inteira em trabalho de parto, das 18h às 6h da manhã do dia seguinte, e quando nasceu Débora chorou como uma criança. Era a expiação do desapontamento anterior, a alegria da conquista, a gratidão. Chorou, agradecida, e aliviada por ter conseguido cumprir um sonho. O André nasceu com 4,300kg, mas nem isso lhe tornou o momento pesaroso. Foi só felicidade e leveza.

Compreende-se agora que o nascimento de Raquel, dois anos depois do nascimendo do André (e quatro anos após o nascimendo do Pedro), já não tenha trazido lágrimas, apesar de não ter sido menor a emoção da sua chegada à família. Débora sempre tinha querido ter uma menina e eis que, uma vez mais, o destino se encarregou de lhe fazer a vontade. A sua menina, tão querida, já faz parte da família. Os irmãos estão derretidos com ela, querem pegar, embalar, dar beijinhos. A Raquel acabou de nascer e por isso ainda não sabe, mas vai viver num caldo de amor. E talvez não seja o último ingrediente deste caldo. Débora, a mãe, é a mais velha de 10 irmãos. Sempre gostou de famílias grandes e, por isso, não fecha a porta a mais filhos. Claro que será preciso pesar os prós e os contras. Medir tudo, fazer contas à vida. Mas, como já vimos, a matemática nunca foi um problema para este casal. E, na verdade, o amor tem o condão de superar a rigidez dos números.

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BEBÉS NASCIDOS EM MARÇO... É A VOSSA VEZ DE PARTICIPAREM NESTE PASSATEMPO.

Como a sessão fotográfica deve ser feita até 15 dias depois do nascimento (idealmente), e como a Raquel nasceu a 23 de Fevereiro, desta vez vamos privilegiar os bebés nascidos na primeira quinzena de Março. Quem está por aí com bebés nascidos nos últimos dias? Inscrevam-se para sonia.morais.santos@gmail.com. A escolha será feita por random.

Não sei o que vos parece mas por mim estou a adorar esta parceria com a Galp, em que vos vamos mostrar estas obras de arte com bebés de cada mês, bem como a breve história familiar de cada um. 

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