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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Não, ter muitos filhos não nos torna imunes

No post anterior, sobre o facto de o Mateus estar muito agarradinho à sua mãe, houve alguém que comentou que aquele não parecia um post de uma mãe de quatro.

Não sei se interpretei bem mas pareceu-me que o comentador estaria surpreso por notar em mim alguma inquietação relativamente ao momento em que o Mateus for para a escola, pelo facto de estar tão ligado a mim. Se era esta a lógica, tenho de corrigir o leitor. Ser mãe de quatro não nos torna imunes. Não nos torna mais fortes ou sequer mais desprendidos no que toca ao sofrimento dos filhos. Talvez nos deixe menos mariquinhas, menos preocupados com coisas sem importância, menos permeáveis a certas birras, a certos mimos. Não é que fiquemos mais empedernidas, nós, mães de vários filhos. Apenas mais práticas, mais pragmáticas, mais desenrascadas. Mas... no que diz respeito ao sofrimento que um filho possa sentir ou vir a sentir, caro leitor, tenho a dizer-lhe que podemos ser mães de quatro, de oito ou de quinze que a dor cá dentro será sempre a mesma. 

Quando o meu filho Martim mudou de professora, aqui há uns anos valentes, passou um período inteiro a chorar quando ia para a escola. Mas não era um choro qualquer. Ele gritava, agarrava-se a nós, amarfanhava-nos a roupa, transpirava, esperneava, ficava roxo. Ele era o meu segundo filho e eu já era mais despreocupada do que quando era mãe de um só. Mas vê-lo naquele estado matava um bocadinho de mim, todas as manhãs. Lembro-me de chegar ao carro, toda desgrenhada e com a roupa ensopada nas lágrimas do meu bebé e de chorar compulsivamente durante largos minutos, antes de conseguir conduzir. Nessa altura, tivemos reuniões várias com a professora, com a coordenadora, falámos com uma especialista. Claro que todas as dúvidas e mais algumas se me colocaram, temi que não o tratassem bem, tracei todos os cenários. Até que passou. De repente, sem razão aparente, passou. Mas posso dizer, com uma certeza quase científica, que perdi anos de vida naqueles meses. Anos de vida. E tenho outra certeza absoluta: se voltar a passar por aquilo com o Mateus ou com qualquer outro filho (que não terei) vou morrer todos os dias mais um pouco. Porque não, nós mães de quatro (ou de 8, ou de 15) não somos imunes. Porque cada um dos nossos filhos é único - não se trata de uma manada indiscriminada. E se um sofre... nós não deixamos nunca de sofrer.

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E sim, envio daqui a minha profunda solidariedade para com todas as mães (e pais) de miúdos que berrem quando começar a escola. 

Não se sintam parvos por acharem que morrem quando virarem costas. É normal sentir o coração a partir-se aos bocados quando eles se agarram a nós em pranto, olhando-nos nos olhos e implorando que não os deixemos ali. 

Mostrem segurança quando os levarem, despeçam-se com ternura, mas não vacilem. Eles precisam de sentir que não os vão deixar num sítio mau. Por muito que só vos apeteça mandar tudo às urtigas e trazê-los convosco no colo.

Mateus, o agarrado

O Mateus está tão agarrado a mim que, sempre que saio de casa, nem que seja para tomar café, ele simplesmente pede para ir para a cama e adormece quase instantaneamente. Eu, a brincar, digo que ele, sem mim, desiste de viver. Ainda ontem saí por um bocadinho. Dez, quinze minutos no máximo. Quando cheguei a casa já dormia. "Desistiu de viver outra vez?", perguntei com um risinho nervoso.

Se isto continuar assim... vai ser bonito quando chegar a hora de o pôr na escola. Vai, vai.

Sniper: férias que eles nunca mais esquecem

Antes das nossas férias eles estiveram, como já vai sendo habitual, no campo de férias Sniper. Todos os anos o mesmo entusiasmo, todos os anos aquele nervoso miudinho nas vésperas do dia para entrarem, todos os anos os mesmos relatos apaixonados ao telefone sobre todas as coisas fantásticas que fizeram, todos os anos a mesma tristeza no olhar no dia da despedida.

Mais uma vez, não se desiludiram. Divertiram-se à grande, fizeram rapel, escalada, slide, jogaram matraquilhos humanos, atravessaram um rio a pé, fizeram laser tag e tiro com arco e atravessaram numa gruta à noite e montaram a cavalo, brincaram na piscina, cantaram no karaoke e acamparam no meio da serra, onde tiveram de construir o seu próprio abrigo. Não há lugar para a pasmaceira, ali. Ao mesmo tempo que se divertem, os monitores passam-lhes ensinamentos para a vida. Respeito pela natureza, solidariedade, espírito de equipa, união, capacidade de orientação, sobrevivência. Quando os miúdos estão a atravessar períodos mais problemáticos (seja por razões de ordem pessoal, familiar, ou simplesmente por causa da idade da parvoeira), o Nuno trata-lhes da saúde, com longas conversas que os mudam... mesmo. 

Este ano a Madalena adoeceu, ainda pensámos que tínhamos de vir do Algarve de escantilhão (onde estivemos uma semana só os dois) mas eles fartaram-se de insistir que não era preciso, que não era grave, que ela ia ficar boa (e ela a chorar ao telefone a dizer que não queria ir-se embora). E assim foi: deram-lhe xarope, cuidaram bem dela e em dois ou três dias estava fina e pronta para mais aventuras. Obrigada, queridos monitores!

A todas as pessoas que me perguntam, digo sempre o mesmo: experimentem! Não ganho comissão mas sei que os miúdos são tão felizes por lá que recomendo sem pestanejar.

Este ano duas amigas mandaram as filhas e elas adoraram. E realmente... como não?

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www.sniper.pt 

 

É assim a vidinha, Mateus

Nestas férias, o Mateus aprendeu muito.

Aprendeu que as férias são uma coisa boa (para lá de boa, diria), que lhe oferece o pai, a mãe e os irmãos, sem interrupções ou limitações de qualquer espécie.

Apaixonou-se pelo comboio para a Praia do Barril, que baptizou de Béu.

Mas também vibrou com a Praia Verde, cujo passadiço de madeira quis sempre fazer a pé, ao seu ritmo beeeeeem vagaroso, empancando todo o trânsito normal de veraneantes (e assim aprendeu que não há cá stress nas férias).

Adorou dar mergulhos no mar. Para ele, o mar não é mar. É sempre "picina". Mesmo quando tem ondas grandes.

Andou de colo em colo, aprendendo assim o valor inestimável da amizade.

Provou petiscos novos e saborosos e disse muitas vezes a palavra "quenqui" (quente). 

Compreendeu o valor de uma Bola de Berlim.

Correu, saltou e adormeceu ao som das ondas, conversas, gritos, gargalhadas e do cantar do vendedor da bolacha americana.

 

O Mateus está confuso. Não percebe por que raio acabou o que era tão bom. Por que raio a mãe voltou para o computador (ainda que, esta semana, só de vez em quando), por que diabo o pai desapareceu dos seus dias, para só regressar à noite, e por alma de quem é que não está a brincar na areia. De vez em quando vamos dar com ele a falar sozinho e, entre a algaraviada que é o seu linguajar, percebemos claramente as palavras praia, béu, piscina.

O Mateus não tem dois anos mas já percebeu a gigantesca diferença entre os dias livres e os outros. 

 

3 semanas

Sem escrever praticamente nada.

Sem abrir o computador.

Sem responder a emails.

Sem estar permanentemente ligada ao mundo.

Sem enxotar os miúdos para resolver coisas no PC ou no telemóvel.

Três semanas só para mim e para a minha família (e amigos).

Mergulhos, gargalhadas, petiscos, livros, sestas, namoro.

Se isto não é a perfeição, então não sei o que a perfeição possa ser.

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Atingimos a maioridade

Foi há 18 anos que fomos jantar pela primeira vez. Ele convidou-me uns tempos antes, eu aceitei mas depois desmarquei (pessoa que sabia fazer as coisas). Ficou para dia 17 de Agosto. Fomos jantar a um restaurante num barco e a seguir seguimos para o Café de Santos onde ele garantia que serviam a melhor caipirinha de Lisboa. Não sei se era realmente a melhor mas lembro-me de ter gostado. Quando saímos ele deu-me um beijo e pronto, nunca mais nos separámos. Dois anos depois casámos. E depois tivemos filhos. Um, dois, três, quatro.

Faz hoje 18 anos. Atingimos a maioridade. Nunca pensei chegar até aqui, sou franca. Mas sobretudo nunca imaginei chegar até aqui tão estupidamente feliz. Parabéns a nós! 

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Olá verão, olá dúvidas de alimentação!*

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Vai de férias nos próximos dias? Este post é para si!

A Dietista Margarida Simões, especialista em Nutrição Materno-Infantil de Aptababy, explica algumas das regras básicas que devemos ter em conta caso estejamos a pensar passar alguns dias longe de casa ou visitar países com culturas diferentes. Escolha o destino, pegue numa caneta e embarque nesta viagem.

“Viagens e férias, o drama de muitos pais quando chegam os meses de verão. As férias com os filhos são sinónimo de memórias felizes, mas quando estes são bebés ou ainda crianças pequenas, implicam também muito trabalho e planeamento prévio. Os dias de férias querem-se descontraídos, despreocupados e relaxantes. Mudam-se algumas rotinas, mas não a alimentação dos mais pequenos. Como fazer?

Por cá...

Avaliar o momento.

Está a amamentar? Deu início à diversificação alimentar? Como é que o seu filho reage nas refeições? Respire fundo e faça uma lista do que vai necessitar. Se ainda amamenta, esta tarefa é mais fácil. Se está na fase das sopas ou das papas (que varia de criança para criança), veja se tem todos os ingredientes.

As papas não lácteas devem ser preparadas com o leite habitual do bebé (leite infantil ou leite materno), enquanto as papas lácteas devem ser confecionadas com água. Se o seu profissional de saúde aconselhou iniciar esta fase com as sopas, compre alguns legumes frescos, como batata, abóbora e/ou cenoura. Não se esqueça também que, a cada 3 ou 5 dias, pode ser incluído um legume novo na sopa, por isso, calcule os dias que estará fora e acrescente opções à lista de compras.

Escolher o local.

Comece por procurar um alojamento que dê resposta às necessidades de alimentação do seu bebé. Opte, preferencialmente, por um local com fogão e frigorífico para poder preparar e armazenar as refeições ou por um hotel que possa auxiliar durante as refeições dos mais pequenos.

Manter a rotina.

Os horários são sempre mais fléxiveis nas férias, mas deverá manter a rotina do bebé, realizando as refeições habituais com alimentos que ele já conhece e está adaptado. Por mais que se estejam a divertir, não deve saltar refeições e, mesmo que haja tendência para acordar mais tarde, nunca deve esquecer o pequeno-almoço.

Estar preparado.

Vai passar os dias a passear e a explorar novos locais? Não vai querer levar a “casa às costas”, mas lembre-se que está calor e há que ter cuidados redobrados com a qualidade e a segurança alimentar dos alimentos que levamos para comer fora de casa.

Na lancheira térmica deve incluir água (a bebida de eleição) e outros alimentos refrescantes que contribuam para a hidratação da criança, tais como laranja, melão ou melância. Os lanches intermédios devem ser leves, onde pode incluir o pão, bolachinhas ou sobremesas lácteas.

Se preferir algo mais prático, os produtos de alimentação infantil são uma boa opção para poder oferecer às crianças refeições nutritivas, de forma prática e segura – muitos destes produtos não necessitam de refrigeração nem aquecimento e a embalagem protege-os de contaminações externas.

 

Refeições fora de casa

Nas refeições realizadas em restaurantes deve ter em atenção o método de confeção e os temperos utilizados. O ideal é pedir que confecionem os alimentos do bebé sem sal (ou condimentos fortes) e evitar fritos ou outros alimentos com elevado teor de gordura.

....e lá por fora?

Investigar o desconhecido.

Este ano vai arriscar num novo destino? Deve, então, informar-se sobre todas as condições sanitárias do país, investigar a gastronomia local e os alimentos geralmente disponíveis. Se optar por alugar uma casa equipada, pode preparar as refeições do bebé. Caso a opção seja um hotel, verifique os alimentos que servem regularmente.

Em países com condições sanitárias deficitárias, é necessário ter cuidados redobrados, por exemplo, com a água – sendo da torneira, não deve ser ingerida nem utilizada para lavar alimentos, cozinhar, preparar leite infantil ou lavar dentes. Evite também adicionar cubos de gelo a bebidas e não consuma alimentos crus que desconhece como foram lavados.

Fazer novas escolhas.

Se optar por fazer refeições fora, escolha locais com boas condições de higiene. Para que nada falhe, faça previamente um roteiro de bons restaurantes para crianças.

Os produtos de alimentação infantil são também uma boa opção para oferecer às crianças refeições nutritivas e familiares em qualquer lugar. Verifique as condições de transporte destes produtos da sua companhia aérea ou se as marcas (como Aptamil 2,3,4,5 ou Blédina) estão disponíveis no país de destino. Se o bebé não está habituado a estes produtos, experimente antes de viajar.

No caso de utilizar leite infantil, informe-se atempadamente se essa fórmula está disponível no destino. Caso não esteja, o melhor é mesmo levar consigo o leite necessário, pois o bebé pode ter dificuldade em adaptar-se a leites infantis diferentes.

Se está na fase de experimentação de novos alimentos, deve respeitar a regra dos 3 a 5 dias de intervalo entre a introdução dos mesmos, para identificar possíveis alergias e permitir a adaptação. Poderá encontrar uma variedade diferente de alimentos, mas deve evitar alimentos muito exóticos e diferentes daquilo a que a criança está habituada.

 

Aproveite as férias e relaxe, mas lembre-se sempre da saúde futura do seu bebé!”

Nota Importante: O leite materno é o melhor para o bebé e proporciona-lhe todos os benefícios da amamentação, tais como imunidade (diminuição do risco de infecções e alergias) e a protecção de que ele necessita. É importante que na gravidez e durante a amamentação a mãe ingira uma dieta saudável e equilibrada. A suplementação do leite materno com uma fórmula para lactentes, nas primeiras semanas de vida pode reduzir a quantidade de leite materno e voltar atrás nesta decisão é difícil. As implicações financeiras e sociais de utilizar uma fórmula para lactentes devem sempre ser consideradas.

A utilização de uma fórmula para lactentes deve ser sempre indicada por um profissional de saúde, e a mãe deve ser orientada para seguir cuidadosamente as instruções do fabricante e respeitar as indicações da embalagem para uma preparação adequada de forma a evitar riscos para a saúde do bebé.

 

*Post escrito em parceria com Aptababy, pela Dietista Margarida Simões

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