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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Hoje, lá vamos nós!

Madazinha fica com a avó e eu e os 4 rapazes (pai + 2 rapazes nascidos + 1 in utero) vamos ao Nos Alive! O cartaz hoje promete!
Agora vou ali preparar a miúda para o embate. É pessoa que odeia sentir-se excluída de programas fixes (mas não faria qualquer sentido levá-la).

O que se passa, Mojito?

O Mojito veio diferente do hotel. Muito diferente. E ao mesmo tempo que isso me aproxima muito dele, preocupa-me. Porque será que veio diferente? No hotel não havia serviço de treino, logo, não estou a imaginar que alguém se tenha disposto a educar e amansar o bicho. Então, o que aconteceu? Porque é que está tão mais calmo, tão mais querido, a morder menos e a fazer todos os xixis e cocós na rua? É verdade que também temos ido com ele à rua de 2 em 2 horas, o que facilita, mas o mais impressionante é o comportamento. E eu pergunto: será que ficou a achar que o deixámos lá por estarmos zangados com ele? Tomou-o como um abandono e não quer repetir? Quer ser um bom menino, para se manter connosco? Quer voltar para lá? Está deprimido? Cresceu, simplesmente?
Ontem passeámos com ele durante uma hora, demos-lhe imenso mimo, andamos todos a brincar muito mais com ele, até porque não saímos feridos da brincadeira. Nunca gostei tanto do Mojito como agora, mas ando um bocado angustiada com isto. Até porque, dentro de um mês, ele vai passar três semanas no hotel. TRÊS SEMANAS! Se esta calmaria é consequência de tristeza por uma semana no hotel, o que acontecerá ao fim de três? O bicho corta os pulsos?

(E não, não adianta sugerirem que o levemos connosco, porque é realmente uma impossibilidade).



Jantar de levanta-ânimos

Mamãe anda tristonha. A sua cadela foi operada duas vezes em pouco tempo, a primeira porque tinha um tumor grande, a segunda porque a análise ao tumor detectou células cancerígenas de grau I e considerou-se prudente limpar mais a fundo a área envolvente (sendo que já no ano passado tinha sido operada a um cancro na mama que, depois, implicou a remoção de toda a cadeia mamária). A sua bicha acordou da última cirurgia com um olhar que suplicava perdão, afinal só podia ter feito algum mal para estar a sofrer daquela maneira, e a minha mãe queria explicar-lhe que tudo aquilo era para o seu bem, que estava a cuidar dela e não a maltratá-la, mas os bichos não percebem tudo e isso angustiou-a um bocado.
Além disso, uma das suas amigas estava a morrer. De cancro. E aquela degradação humana estava a dar cabo dela. Preferia de longe não ter de ver, mas os amigos não podem fugir quando mais são precisos e, por isso, ela tinha de lá estar. Entretanto, o sofrimento chegou ao fim e foi o velório e o funeral e a tristeza do marido, que também custa muito a engolir. Isto tudo, aliado a uma fase interminável de muito trabalho, foi deixando as suas mossas, dia após dia. 
Ontem levei-a a jantar, para ver se arribava um bocadinho. Como costuma deitar-se com as galinhas, optei por um restaurante aqui perto de casa e marquei mesa para cedinho. Fomos ao Entra, na Rua do Açúcar (entre a Fábrica do Braço de Prata e o Convento do Beato). Um restaurante despretensioso e onde se come muito bem. Era uma taberna que foi remodelada e se transformou numa espécie de taberna moderna. Gosto muito.

Adoro a originalidade da carta de vinhos (impressa no rótulo de uma garrafa)

Para entrada tivemos um rolinho de beringela e presunto recheado com queijo creme aromatizado de cebolinho e coentros e um crocante de cogumelos e bacon com manjericão e massa filo com chutney de abacaxi.
Seguiu-se uma açorda de camarão tradicional e, depois, um medalhão da vazia de novilho com feijão verde e batatinha frita às rodelas, regado com molho pimenta e mostarda. Terminámos com um creme brulee e uma delícia de ameixa e toffe.
Jantámos muito bem, como sempre. O chef Luís Magalhães e o chef Pedro Marques estão a fazer um excelente trabalho e este é um daqueles restaurantes que nunca desilude, onde se pode estar à vontade, e para o qual não é preciso empenhar o bordão de ouro herdado pela avó para pagar a conta.
Uma boa conversa a uma boa mesa faz milagres. Sábado temos um almoço caseiro em família e acho que, assim, os ânimos vão levantando, devagarinho.