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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Portuguese Deportation Parody


Um conhecido comediante canadiano fez uma paródia criticando a deportação dos portugueses que estão no país há mais de uma década, a trabalhar e com uma vida estável. Apesar deste vídeo não lhes devolver a vida que tinham, no país que já era como seu, eu não consegui deixar de sentir uma certa satisfação pelas agulhadas que o humorista deu ao governo do Canadá.

Rico padre


Vítor Melícias tem uma pensão mensal de 7450 euros. O valor desta aposentação resulta, segundo disse ao CM, da "remuneração acima da média" auferida em vários cargos. Com 71 anos, Melícias declarou, em 2007, ao Tribunal Constitucional um rendimento total de 111 491 euros, dos quais 104 301 euros de pensões e 7190 euros de trabalho dependente. "Eu tenho uma pensão aceitável, mas ...não sou rico", diz o sacerdote.
Eu não tenho qualquer tipo de rancor contra quem ganha bem. Acho que ser bem remunerado, quando se trabalha muito e bem, é merecido. Mas não compreendo como é que um padre ganha tanto num país onde a média salarial está abaixo dos 900 euros. E, sobretudo, um padre franciscano que, segundo julgava saber, é pessoa que tem de viver o mais pobremente possível (segundo as leis da Ordem Franciscana). E são-lhe conhecidos os carros de alta cilindrada e prazeres requintados. De votos de pobreza, parece que nada. Mas pronto. Isto de estar aqui na Kidzania desde as 10.30 da manhã deve estar a fazer-me ver mal as coisas. Não liguem.

Ainda não foi desta

Estava quase. O Manel não se estava a sentir bem (tem um problema com o calor e com muita gente, dá-lhe para começar a ver tudo azul e cai para o lado) e eu pensei: filhinha, aqui tens a tua deixa. Mas o Martim pediu muito para continuar. Pediu tanto que o Manel, que esteve cá há pouco tempo, lá se condoeu do irmão, que não vinha à Kidzania havia muito. Então, deste impasse nasceu um acordo: lanchavam e prosseguiam. Quem ficou a perder? Eu, claro. Estou, pois, de volta à sala de pais. Não sem antes ter dado uma volta pelo recinto e constatado que os pais sofrem - quase todos - uma mutação curiosa. Entram todos a sorrir, felizes por proporcionarem aos seus rebentos horas de diversão, e encantados eles próprios pelo espaço (provavelmente fazendo renascer a criança que vive neles). Depois, à medida que o tempo passa, os seus rostos vão-se transmutando. As olheiras sobressaem, o cansaço e o aborrecimento é evidente. Envelhecem. Estão todos mais velhos. Menos os que se refugiaram na sala de pais. Esses estão frescos que nem alfaces. É só olhar para mim. :)

...

Eles acabaram de fazer os seus próprios hambúrgueres, eu fiquei 45 minutos à espera, almoçámos e agora descobri o paraíso: a sala de pais. Há silêncio, oito computadores com ligação à internet, um café, três televisões e uma sala de cinema. Ah, aqui vai ser melhor... apesar de continuar a ser de noite.

É de noite, aqui neste país

Vinha com a ideia bonita de entrar com eles na Kidzania, ficar um bocadinho e depois ir à minha vida, olhar para as montras e finalmente abancar num café a escrever um texto que quero entregar hoje. Da ultima vez, o Manel e o amigo ficaram sozinhos, de maneira que estava satisfeitíssima com os meus planos e com o meu lindo Vaio na mochila. Só que, à entrada, o senhor funcionário explicou que não, o Martim não podia ficar sozinho com o irmão. Só a partir dos 8. E então as minhas orelhas baixaram e a minha cauda parou de abanar. Entrei, cabisbaixa e deitando um derradeiro olhar para as lojas. Agora estou aqui sentada no Café Central, a escrever, enquanto eles andam que nem doidos a ser bombeiros, dentistas, carteiros, jornalistas. Eles brincam ao trabalho, eu trabalho. Acho a Kidzania fantástica. Um conceito perfeito, mesmo. Só tenho pena que seja sempre de noite. Está um dia tão bonito lá fora... E o pior é que quando sair daqui vai ser de noite lá fora. Ou seja, hoje vou ficar com défice de luz solar. E não se prevê que isso traga benefícios a ninguém. Buuuuu! Be afraid, Ricardo. Be very afraid.