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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Ainda o cancro

A todos os que ficaram magoados com o post sobre o cancro: as minhas desculpas. Como imaginam, não queria ofender ninguém. Se há pessoa que respeita quem passa por esse martírio, sou eu. Se há pessoa que se borra de medo de ter um cancro, sou eu. Se há pessoa que conhece gente que já teve ou tem cancro, sou eu.
A todos os que estão, neste momento, a lutar contra cancros, desejo, do fundo do coração, que vençam esse maldito. Se eu pudesse espezinhá-lo e parti-lo aos bocados com um taco de baseball, acreditem, era eu própria que ia aí fazer-vos o serviço.
Eu e as minhas amigas temos esta coisa de gozar com tudo o que nos assusta e entristece. Podemos, aos vossos olhos, ser umas anormais. Se calhar somos mesmo. Mas mesmo quando uma colega nossa morreu, aqui há uns anos, a nossa melhor catarse era gozar com o assunto. Mesmo quando uma colega de uma de nós teve agora uma situação muito complicada de saúde, o nosso remédio caseiro é fazer humor negro. Parece que as coisas ganham uma nova dimensão. Ficam mais pequeninas.
Mas é claro que nem todos podemos ver as coisas do mesmo modo. Com certeza.
E se magoei alguém com o meu post pateta... desculpem mesmo qualquer coisinha. Eu tenho muuuuuuuuuuuitos defeitos. Mas sou mesmo muito boa pessoa. Longe de mim querer ofender aqueles que sofrem.

Agenda

Todos os anos é a mesma coisa. Passo, de uma agenda para a outra, os aniversários de toda a gente, que escrevo no topo das páginas, a encarnado. Ora, há pessoas que eu não vejo há 10 anos. E, ainda assim, continuo a escrever o seu aniversário ou o aniversário de casamento ou o aniversário dos filhos e até os aniversários dos baptizados dos filhos, coisas que, em alguns casos, já só mesmo eu é que saberei.
Custa-me tirar pessoas da minha agenda, mesmo quando é gente que foi feia comigo, gente que eu garanto que nunca mais vou ver nem perdoar. Parece que, ao retirá-los dali, desaparecem do mapa. Do meu mapa. E isso custa-me. Gosto de chegar a dia tal e pensar: olha, aquela cabra faz anos; onde é que andará?; sacana, como se portou mal comigo! E pronto, seguir em frente. É como se tivesse de os ter na minha agenda, para não me esquecer do que me fizeram. E, em alguns casos, sentir pena de os ter perdido. É, talvez, uma forma de luto.
Às vezes, digo ao Ricardo: Sabes quem faz anos hoje? Fulano. Ele ri-se. Xinapá, fulano... O que será feito de fulano? E acaba sempre a perguntar: Mas porque raio tens tu ainda essa data na agenda?
Não sei. Sei que ainda ontem, quando passava as coisas para a agenda nova, fiz o mesmo. Houve um ou outro nome que estiveram mesmo à beirinha de ficar para trás. Mas... não consegui. Este ano ainda constam. Para o ano logo se vê.