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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

24 HORAS, JÁ FOI HÁ 24 HORAS…

Que Nasceu a Madalena!

E apesar de tudo o fazer prever… confirma-se: o amor pelos filhos não se divide – definitivamente multiplica-se.

Já tínhamos tido essa experiência há 4 anos quando o Martim nasceu, mas foi bom existir esta espécie de comprovativo que recebemos ontem às 19h39, através de 3,345kg de uma beleza indescritível.

Eu, pai babado, aqui me confesso apaixonado.

Mais descrições e emoções logo que possível… pela mãe.

Auch!

Afinal, na semana passada o meu querido médico não me fez o toque. Foi mais uma festinha ao meu períneo. Ontem sim. Houve um momento em que julguei que me ia tirar as amígdalas por baixo... A parte mais impressionante foi quando disse: "Estou a tocar na cabeça dela". Eeeeeerrr... Preferia não saber, preferia não saber, socorrrrrrro! Enquanto isso, esta amiga trepava pela marquesa acima, num silêncio digno mas sinceramente à rasca.
Hoje os planas são: andar, andar, andar. E à tarde... mais um toque, a ver se o colo, que está molinho, decide começar a abrir. E amanhã tudo de novo. Entretanto as contracções começaram, irregulares ainda, mas já é um princípio. Dormir é que... nada. Ontem acordei às 4.30 e não tornei a pregar olho. Hoje acordei às 3 e escrevo este post às 5. Ridículo.
E, sim, consegui estar presente nas duas festas dos meus meninos. Ontem o Martim fez a sua exibição, todo orgulhoso e sempre a dizer adeus à família babada na assistência. Ufff! Confesso que no final até fiquei comovida, quando pensei: Consegui, pá!
Já temos os presentes que a Madalena vai oferecer aos irmãos embrulhados, a minha irmã já foi a uma loja Bagatela comprar um saco de brinquedos pequeninos de 1,80€ cada, para que os visitantes na maternidade "ofereçam" presentes aos dois rapazes. Assim, o dia do nascimento da irmã será lembrado como um dia de festa também para eles. Quando o Martim nasceu fizemos isso ao Manel e deu um resultadão. Aconselho vivamente.
Até lá, vou caminhar pelas ruas de Lisboa, arfando e arrastando-me. Se me virem (sou uma bola com pernas) digam adeus que eu respondo, qual "senhor do adeus". Isto se ainda conseguir mexer o bracinho.

À Espera

Já estou mais refeita do susto, obrigada pelas muitas mensagens queridas e de partilha de sustos parecidos, parecendo que não isto é quase uma terapia de grupo, a gente sente-se mais acompanhada e a coisa passa melhor. Façam o favor de olhar bem pelas vossas crias, que como se viu por tantos relatos, elas piram-se enquanto o diabo esfrega um olho, e se quando éramos pequenos o máximo que podia acontecer era perdermo-nos e ficarmos aflitos, hoje o drama é outro, e a verdade é que há por aí gente má, com apetites sinistros por pessoas pequeninas, que são as nossas pessoas pequeninas, mas as maiores pessoas da nossa vida. Os meus olhos vão estar seguramente mais atentos. E o meu coração mais apertadinho.

Ontem foi a festa de final de ano do Manel e eu consegui lá estar. A Madalena mostrou-se solidária e lá o vimos, tão fofo, de camisa de xadrez e boina verde, a cantar "Uma Casa Portuguesa" e a jogar Jogos Tradicionais com os amiguinhos. As minhas hormonas também fizeram o favor de se aquietar, de modo que consegui não verter uma lágrima pirosa por ver o petiz em cena, a água manteve-se nos olhos poupando-me ao embaraço, sendo que a única demonstração de lamechice maternal foram os óculos embaciados, por culpa dessas lágrimas ali tão bem contidas.

Amanhã é a vez do Martim. A ver se a Madalena, já agora, me deixa estar presente em mais esta exibição, que o pequenito não ia achar gracinha nenhuma a não ter a mãe a dizer-lhe adeus e a tirar fotografias e a limpar uma lagrimita teimosa, por culpa de uma irmã de quem ele ainda gosta assim-assim, e a quem não deve dar o direito de nascer num momento tão importante para ele. Porém, assim que a festa terminar, Madalena, podes pôr-te ao fresco, se fazes favor. Assim que a festa acabar vamos ter com o Dr. Fernando Cirurgião, e tu podes logo fazer um "cucu" ou apertar-lhe a mão em jeito de cumprimento, quando ele fizer o toque (que, diga-se, feito por ele não custa nada, nadinha, nadinha de nada).

E pronto. Esperar é uma ciência que não domino. Estou para aqui, meia amiba, debaixo deste tempo nublado que me troca os parafusos. Se não for antes, amanhã há notícias, lá mais para a noite. Ando a ver se convenço o super pai a vir aqui postar aquando do nascimento da criaturinha, mas ele enche-se de pudores e diz que o blogue é meu, que não, que coiso, que depois eu posto, e tal. Logo se vê. Agora vou ali ver mais um episódio do Serviço de Urgência, a rezar para que não repitam o de ontem, como às vezes fazem, mas isso dá para outro post sobre os senhores do AXN, que são uns grandes queridos mas que têm coisas que fazem trepar pelas paredes uma pobre pessoa circunscrita ao seu lar.

Toca e foge ou toca e sai?

Hoje, pessoas, vou ao médico. Ele vai fazer o "toque", que é, para quem não saiba, um belo petisco (uma espécie de caça ao tesouro feita por uma mão que entra por baixo e quase que sai por cima), vai ligar-me ao CTG, que é, para quem não saiba, uma bela seca (umas correias à volta da barriga imeeeeeenso tempo, para medir movimentos, batidas cardíacas e contracções), e depois dizer de sua justiça: se a coisa está a progredir bem, se o colo do útero já apagou alguma coisa, se ela encaixou mais ou não (aposto que não), se podemos continuar a imaginar um parto natural ou marcamos de vez a cesariana. Aí, vou ter de lhe pedir uma coisa: se a Madalena não estiver a sofrer, se estiver porreirinha, vou ter de pedir que a aguente mais uma semana inteira cá dentro, contra todos os meus desejos. É que, para a semana, o Manel e o Martim têm as festas de final do ano. Um no dia 24 (quarta), outro no dia 26 (sexta). E eu não gostaria nada de faltar. Claro que se a miúda resolver nascer, não conto enfiar uma rolha para a impedir! Mas... se for para marcar a pesca à Madalena, então esperava mais uma semana (oh suplício!!!!) para que os meus meninos possam exibir a ambos os pais as habilidades de que já são capazes. Ser mãe também é isto. Apesar de me sentir uma mistura entre a Fiona e a Moby Dick, de respirar com dificuldade e de não dormir porra nenhuma, queria muito estar presente no dia tão ansiado pelos meus rapazinhos. Ai, ai, a maternidade... Ninguém disse que era fácil.

Pumbas!

No sábado caí. Estatelei-me ao comprido. Foi triste. Deprimente, mesmo. Saí de casa ainda não eram oito da manhã. Tinha acordado às 6.30 e achei que me fazia mais que bem dar corda aos sapatos, a ver se ajudava a gravidade a fazer o seu papel. Vesti um vestidinho vaporoso, as minhas Fly novinhas e de cunha generosa, e lá fui. Fechei a porta devagarinho e deixei a família toda a dormir.
Ia gorda e feliz. Andei, andei, andei. Na volta, tencionava ir comprar os jornais, seguir para a esplanada de sempre e ficar ali, com o meu sumo de laranja natural, o meu pãozinho com manteiga e as minhas leituras. Estava contentinha e quase me apetecia saltar (o que, além de tremendamente arriscado seria perfeitamente patético). No momento seguinte, voei. Um pé posto em falso e lá foi a Maria gorda de joelhos ao chão. Sangue por todo o lado, pedrinhas encrustadas no joelho esquerdo, um dedo todo lixado, e uma mão e um cotovelo. Dores, dores, dores. A barriga safou-se do embate mas o resto estava uma lástima. Não me conseguia mexer e eis que vi um carro da polícia parar. Saíram 3 senhores agentes, amorosos, que me içaram (a palavra é mesmo essa - içaram), que insistiram para me levar ao hospital, que acabaram por me dar boleia até casa, a dois quarteirões.
O Ricardo, coitado, acordou com a campainha e comigo do outro lado da porta, sangue a escorrer por sítios vários, a morder o lábio e a pedir desculpa. "Não te queria acordar mas... caí". No momento seguinte, lá estava ele, o meu bombeiro outra vez de serviço, com compressas e Betadine, ele que nem sabia que eu tinha saído de casa para uma das minhas caminhadas, a rogar pragas às Fly, "Mas quem é que se põe a andar, grávida, em cima de umas tamancas desta altura???"
E pronto. Agora saio de casa para andar, com as patas enfiadas nuns ténis, muito menos elegantes e giros, mas mais à prova de mulher redonda em busca do equilíbrio suficiente para se manter de pé.

Oooh, obrigadinha

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Oooooooohhhh! Eu já recebi algumas vezes estes miminhos. E até já cometi a má educação de receber e não pôr aqui no blogue, não por má educação mas por manifesta falta de tempo, que isto ainda dá trabalho: copiar o ícone do prémio, escolher blogues, ler as regras, avisar as pessoas, uffffff. Mas desta vez estou de baixa, sou uma mulher redonda à espera, e com tempo livre de sobra, e quem me atribuiu este selo é uma querida! Por isso... cá está.
As regras são:
1 - Colocar o selo no meu blogue. (done)
2 – Indicar 10 blogues no feminino que eu adore:
- a gata, a pipoca, a perante o riso geral (apesar de ficar séculos sem escrever, o que é uma seca), a eterna rititi, a muxy-muxy (e quero lá saber que tenha sido ela a nomear-me, eu teria sempre que a nomear!), a coisas que tal, a luz, e estou cansada e não me lembro de mais assim de repente, e desculpem, sim?
3 – Informar os blogues indicados que receberam o selo (não peçam tanto a uma mulher rotunda, tá?)
4 - Dizer cinco coisas que adore na minha vida e porquê. Então: O meu homem, porque é a minha âncora, a minha raiz, a minha força, a minha vida. Os meus filhos, porque são a descoberta do amor mais incondicional e perturbador de toda a vida e porque nada interessa se eles não estiverem felizes. O meu trabalho. Há alturas em que o odeio, em que acho que estou farta de ser jornalista, em que juro que se me saísse o Euromilhões não escrevia nem mais uma linha. Mas depois... depois enfio-me numa história e os meus olhos brilham e eu só penso naquilo e é bom. A minha casa. Adoro o sítio onde fica, adoro passear junto ao rio, adoro meter a chave na fechadura e sentir que cheguei ao meu ninho. E é isto.


Nota: Estou rabujenta, impaciente, hormonalmente instável, irascível, chorona. Tenho sono, tenho calor, tenho fome, estou enjoada, tenho mau feitio. Obrigada pelo selo fofinho. Mas não me sinto propriamente merecedora, neste momento. Neste momento sou uma pessoa má.

A minha experiência com "bruxas"

Há muito tempo que tinha curiosidade: como será ir a uma dessas pessoas que juram a pés juntos que adivinham o passado, o presente e o futuro? Eu, que sou tão céptica que nem em Deus acredito, encolhia os ombros e dizia: patetices. Mas a curiosidade de ver como tudo se passava levou-me, um dia, à Fernandinha, uma senhora cujo estaminé ficava ali perto das Picoas. Entrei a disfarçar o riso, jurei que não lhe ia dar pista nenhuma e assim foi.
Bom, dizer que a senhora acertou em tantas coisas que eu comecei a ter vontade de fugir: que andava à procura de uma casa para comprar perto da praia (eu andava à procura de casa no Algarve), que tinha acabado de mudar de emprego e que ia fazer algo que nunca tinha feito (tinha acabado de me mudar do Diário de Notícias para a Time Out, e pela primeira vez ia ser editora), que tinha dois filhos... enfim, bingo, bingo, bingo.
A páginas tantas, perguntei-lhe se iria ter mais um filho. E ela lançou as cartas e disse que sim. Mas... a carta que se seguiu significa Morte ou qualquer coisa muito bera (acho que era a Torre). A senhora ficou com uma cara crispada, titubeou que nem sempre aquela carta quer dizer morte, tossiu, engasgou-se.
Eu saí de lá bem disposta e a achar que, apesar de tudo, havia de haver ali uma marosca qualquer. Mas... desde que engravidei da Madalena que há um nózito parvo na minha garganta. E se? E se a senhora dona bruxa tinha razão e a miúda quina? E se sou eu a quinar? De modos que, agora que o parto se aproxima a passos de gigante, dou por mim um nadinha à rasca. Não penso nisso todos os dias. Mas de vez em quando dá-me para pensar. E aí fico angustiada. E é por isso que, pelo menos enquanto me lembrar deste stress, não vou voltar a senhores adivinhadores. E espero, sinceramente, que esta se tenha enganado.

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